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Umberto Eco em mais uma narrativa desconcertante de maquinações e suspense...


"Quem sou? Talvez seja mais útil me interrogar sobre minhas paixões do que sobre os fatos de minha vida."

          Este é Simone Simonini, o protagonista que se faz francês por, segundo suas próprias palavras, "não suportar ser italiano", tem ódio de judeus e um jovem médico judeu alemão (talvez austíaco) que o ordena (sugere) a escrever sua vida. 



          Adentrando o século XIX, entre Turim, Palermo e Paris, Simonini é a ficção de toda a verídica obra de Umberto Eco. Depois de quase trinta anos do seu afamado O Nome da Rosa, nos trás uma rede de intrigas e maquinações com personagens metodicamente arquitetadas, desde os mais pitorescos aos nomes mais conhecidos. 



        Segundo o próprio autor: "basta falar de algo para esse algo passar a existir."

         Apostando nessa dita veracidade coloca o protagonista em situações um tanto controversas, dando um toque "delirante" ao conteúdo da trama. Os fatos contam com uma sequenciação das cenas em ritmo corriqueiro, na forma das páginas de um diário, deixando a narrativa envolvente aos leitores que mergulham capítulos adentro. 

         Contando com várias imagens da época chamadas feuilletons, que além de enriquecerem mais o formato romance-folhetim do livro, dão um caráter mais funcional e imagético às complexas nuanças do enredo.




        Fatos manipulados, personagens históricas desconcertantes, um ar de suspense cômico e um "intrépido investigador" digno de uma comparação com Sherlock. Essa é a mais nova obra de Umberto Eco, e minha sugestão aos que apreciam uma boa saga investigativa de época.
          


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