Uma das
coisas que mais chama atenção na serie de livros As Crônicas de Gelo e Fogo é
a composição de seus personagens. Um dos personagens mais cativantes é o anão
Lannister Tyrion, sendo amado por quase todos por sua inteligência e, segundo
muitos, o único personagem de boa índole da família Lannister, porém isso
talvez não seja verdade. Jaime Lannister, irmão mais velho de Tyrion, seria na
verdade um grande herói, mas poucos o veem dessa forma por conta de seus
métodos e de jeito arrogante.
Um dos fatos
que o torna tão mal visto, é o assassinato do antigo Rei Louco. Sendo um membro
da Guarda Real, tinha como dever proteger o Rei a qualquer custo, mas quebrou
esse juramento ao mata-lo. Isso na verdade foi um dos maiores atos de heroísmo
que um cavaleiro poderia ter feito naquele momento, já que como cavaleiro ele
também tinha como juramento proteger os fracos e inocentes e enfrentar o mal
que os assola e o Rei Louco tinha um plano para caso a cidade fosse invadida
ele iria colocar fogo em tudo, ao saber disso Jaime matou o Rei e aqueles que
sabiam do plano, poucos sabem a real intenção de Jaime e por isso o tomam por
maligno, mas na verdade ele escolheu o juramento mais correto, que foi o de
proteger os inocentes em Porto Real.
Outros atos
que são utilizados para acusar Jaime de ser de certa forma um vilão, é ele ter
jogado Bran Stark de uma janela, pelo garoto ter visto um momento incestuoso
entre Jaime e sua irmã Cersei, e também por ter atacado Ned Stark enquanto este
era Mão do Rei. Ambas as situações foram motivadas por simples amor, no
primeiro caso Jaime, por ter tanta paixão por sua irmã, tinha medo de ser
afastado de seu amor o que o motivou a impedir que o garoto contasse a alguém,
mas se arrependendo depois ao parar para pensar no ato hediondo que havia
cometido. No segundo caso ele foi motivado pelo seu amor por seu irmão que
havia sido capturado por Catelyn Stark, esposa de Ned. O amor, as vezes
extremo, por sua família que o motivou a atos que muitos julgam sem saber os
verdadeiros motivos, atos que não podem ser simplesmente ignorados, mas que
devem ser analisados de forma clara e fazendo alguns pensarem que teriam agido
da mesma forma em uma posição semelhante a dele. Sobre o incesto, basta ver que
muitos dos reis dragões se casavam com irmãs, então acusa-los num mundo onde
até reis faziam isso, não me parece certo.
Seus atos a
partir do terceiro livro, “A Tormenta de Espadas”, se mostram cada vez mais
heroicos, ao sofrer certas perdas e ver o mundo de uma forma que talvez não
tenha visto antes, ele começa a mudar sua forma de agir, deixando de lado um
pouco seu modo arrogante e egoísta e deixando aflorar um lado mais altruísta,
mesmo que não admita isso nem para si mesmo, nem mesmo quando retorna para
salvar alguém que tempos antes ele gostaria tanto de matar. Depois de sofrer
essas coisas ele parece começar a pensar de forma diferente seguindo o caminho
de um verdadeiro herói, que sempre teve o potencial para se tornar um grande
herói valoroso, mas que graças a determinadas escolhas o fizeram ganhar a fama
de malfeitor, mas que resolve ir contra o suas antigas escolhas e até contra
sua família para tentar se redimir de seus erros e talvez se tornar algo que
ninguém esperava que ele fosse.
Yuri Araujo
tem gente que ainda não entendeu que GoT não é sobre heróis e vilões...
ReplyDeletePor isso fiz esse texto, para mostrar que até um dos considerados vilões tem seu lado herói, basta mudar o ponto de vista...
ReplyDeletecara, tô contigo e não abro!
ReplyDeleteGoT é uma série maravilhosa, consegue nos mostrar que de forma alguma alguns personagens são apenas "vilões" e ninguém é "herói". Mostra que todo o ato é justificável pelo seu autor e que AS VEZES tais vilanias são decorrentes de ignorância dos motivos, pelo aspecto repugnante, para salvar/proteger a si ou outrem ou por falta de opção mesmo. Existem personagem dotados de "mal", que são realmente vilanescos (Cercei, Gregor Clegane, entre muitos outros) (por enquanto né).
ReplyDeleteOutra caracteristica marcante do GoT é o fato do autor nunca nos deixar apegar a um "mocinho" de seus livros. o Autor é muito fera