Todos conhecem essa velha história: elfos não gostam de anões e vice-versa, anões são inimigos mortais dos trolls e por aí vai...mas mesmo quando não são inimigos alegados, algo é mais do que comum na literatura fantástica: As raças não se misturam!
Quem deu o tom dos grandes épicos de fantasia foi o bom e velho Tolkien com sua saga de Frodo para queimar o anel. Em LotR as raças não vivem juntas...é cada um no seu quadrado e raaaaaaaaaaramente pode se encontrar um membro de uma raça vivendo em território pertencente a outra... isso vai ainda vai mais longe, já que (não terminei de ler os livros, confesso...estou no meio do segundo, ainda, então pode existir algum mais pro final) não há híbridos "normais" (como meio elfos, por exemplo).
Porque isso?
Temos o contexto histórico: Tolkien escreveu, ou ao menos idealizou, a saga do anel debaixo de fogo alemão nas trincheiras...muitos defendem (embora Tolkien tenha negado isso em vida) que a saga do anel não passa de uma grande analogia da WWII com Sauron fazendo o papel do monobola A. Hitler... assumindo isso, não é dificil crer que as raças são os países que tomaram parte na guerra.
As analogias sendo intencionais ou não, é infantil crer que o ambiente em que o livro foi escrito/idealizado não influenciou a obra.
O lance é que a obra repercutiu...criou um modelo...e nesse modelo raças diferentes vivem em territorios diferentes...sagas inteiras usam esse "sistema" (dragonlance,por exemplo), livros de RPG apostam nisso, até magic em algumas versões aposta nessa fórmula (embora geralmente tenha cidades mais cosmopolitas).
Um ponto que ajuda a perpetuar esse modelo é que os cenários de fantasia geralmente tem uma base tecnológica atrasada em relação aos padrões atuais, e nem sempre a magia supre esse papel...
Você se imagina indo, digamos, de uma cidade do sul do Brasil para uma cidade do norte do Brasil A CAVALO?! Ou pior, viação canela!? A falta de meios de transporte adequados à uma longa viagem dificultariam a interação entre as raças, que seria reduzida a escambos e à boa e velha guerra!
Qual a vantagem de trabalhar fora desse modelo?
Trabalhando fora disso, além de trabalhar a temática do racismo (aqui numa forma bem mais real, já que são efetivamente RAÇAS diferentes), você abre um leque enorme de possibilidades...
Dois exemplos:
"Thud!", de Terry Pratchett, trabalha a idéia da guerra trolls x anões em um cenário urbano. A obra trabalha a idéia de patriotismo, trabalhada de forma interessante, já que ambas as raças estão em território "humano". Um dos melhores livros que já li, sem dúvida!
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essa foto não tem nada a ver com o texto, só achei ela bunitinha *_* |
Quem deu o tom dos grandes épicos de fantasia foi o bom e velho Tolkien com sua saga de Frodo para queimar o anel. Em LotR as raças não vivem juntas...é cada um no seu quadrado e raaaaaaaaaaramente pode se encontrar um membro de uma raça vivendo em território pertencente a outra... isso vai ainda vai mais longe, já que (não terminei de ler os livros, confesso...estou no meio do segundo, ainda, então pode existir algum mais pro final) não há híbridos "normais" (como meio elfos, por exemplo).
Porque isso?
Temos o contexto histórico: Tolkien escreveu, ou ao menos idealizou, a saga do anel debaixo de fogo alemão nas trincheiras...muitos defendem (embora Tolkien tenha negado isso em vida) que a saga do anel não passa de uma grande analogia da WWII com Sauron fazendo o papel do monobola A. Hitler... assumindo isso, não é dificil crer que as raças são os países que tomaram parte na guerra.
As analogias sendo intencionais ou não, é infantil crer que o ambiente em que o livro foi escrito/idealizado não influenciou a obra.
O lance é que a obra repercutiu...criou um modelo...e nesse modelo raças diferentes vivem em territorios diferentes...sagas inteiras usam esse "sistema" (dragonlance,por exemplo), livros de RPG apostam nisso, até magic em algumas versões aposta nessa fórmula (embora geralmente tenha cidades mais cosmopolitas).
Um ponto que ajuda a perpetuar esse modelo é que os cenários de fantasia geralmente tem uma base tecnológica atrasada em relação aos padrões atuais, e nem sempre a magia supre esse papel...
Você se imagina indo, digamos, de uma cidade do sul do Brasil para uma cidade do norte do Brasil A CAVALO?! Ou pior, viação canela!? A falta de meios de transporte adequados à uma longa viagem dificultariam a interação entre as raças, que seria reduzida a escambos e à boa e velha guerra!
Qual a vantagem de trabalhar fora desse modelo?
Trabalhando fora disso, além de trabalhar a temática do racismo (aqui numa forma bem mais real, já que são efetivamente RAÇAS diferentes), você abre um leque enorme de possibilidades...
Dois exemplos:
"Thud!", de Terry Pratchett, trabalha a idéia da guerra trolls x anões em um cenário urbano. A obra trabalha a idéia de patriotismo, trabalhada de forma interessante, já que ambas as raças estão em território "humano". Um dos melhores livros que já li, sem dúvida!
No cenário nacional, temos a Valkaria descrita por Caldela: considerada uma São Paulo artoniana, expressa ,no terceiro livro, a relação de opressão campo x cidade, que resulta na morte do centauro Trebane (se quer saber mais, leia a trilogia da tormenta).
Ambas as formas de lidar com o assunto são válidas. O desafio pros escritores (principalmente os principiantes) é entender o quando e o porquê usar cada forma, ao invés de só reproduzir um modelo preexistente.
Até a próxima, e boas leituras para todos!
Muito interessante; as raças no livro que escrevo seguem parcialmente esse padrão, e existem mestiços pelo fato de que a história nasceu de um RPG. No livro, os povos tem uma única origem e se distinguem pela forma de ver o mundo. Elfos são elevados e desejam a paz assim como os humanos, o que os torna sociáveis entre si. Os “Primitivos” (orcs, trolls, gnows, góblins...) são ligados a guerra, lutam mais entre si pela própria terra do que com outras raças, o caso do ódio de orcs contra elfos existe, mas por um “motivo diferente”. Os anões são gente fina, não odeiam a ninguém de fato, mas são absurdamente reclusos, selecionam muito bem as suas amizades, geralmente gnomos e duendes, parentes próximos. Todas as raças possuem suas características “inovadoras”; enfim, o que transparece é que elas mesmas são as suas piores inimigas. Espero conseguir inovar de alguma forma o padrão do mundo de fantasia. =)
ReplyDeleteEm "Terra Nova" buscamos mudar esse padrão apresentando forte componente de mestiçagem com os meio-elfos e meio-orcos, e forte presença humana em um Reino Élfico e vice-versa. Claro que os reinos mais puristas para gerar conflito.
ReplyDeleteConvido-os a visitar o cenário em:
http://www.historias.interativas.nom.br/incorporais/terranova/index.html